terça-feira, 20 de maio de 2014

EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

Trânsito, Educação e respeito

A Educação para o trânsito na escola é uma questão de cidadania e de direitos humanos


Objetivos:
Introduzir a Educação para o trânsito para transformar as crianças em agentes de transmissão de informações relativas ao tema.
Faixa etária: crianças a partir do 1º ano

Foto: Itaci Batista
O trânsito já faz parte da vida de qualquer ser humano. Mas a preocupação com ele, aparentemente, só começa quando o indivíduo resolve tirar sua “carteira de motorista”, momento em que enfrenta aulas teóricas, assimila a legislação de trânsito e parte para as aulas práticas em um espaço de tempo muito curto. De posse da habilitação, por ter decorado suas obrigações e deveres como motorista, a maioria se esquece de tudo, inclusive da segurança que deveria manter em relação a si mesmo e aos outros.
Mas dá para contornar essa situação se consideramos que as escolas são celeiros de futuros motoristas. Afinal, qual a criança que não sonha em dirigir? Partindo dessa premissa, a Educação para o trânsito deve começar nas séries iniciais e aliar teoria e prática. Logo, as crianças devem ser orientadas para ter um comportamento adequado em relação ao respeito e à segurança exigida nas vias públicas, tanto na condição de pedestre quanto na de passageiro ou até como condutora de bicicletas. Aqueles que usam skates, patins, patinetes e outros brinquedos que promovem a locomoção ainda devem aprender que existem lugares apropriados e seguros para a diversão, que excluem as vias públicas.
Para elaborar um trabalho eficiente
Como toda a atividade deve ter um caráter significativo para as crianças, cabe ao professor analisar a condição social da escola para desenvolvê-lo de acordo com a realidade local. Em grandes centros urbanos, a preocupação deve recair sobre o comportamento no trânsito, já em cidades menores, ela deve se voltar para o pedestre; não que uma abordagem deva excluir a outra, elas se complementam e devem ser desenvolvidas em paralelo, mas na proporção adequada.
Dica de leitura!
A menina da placa
Depois de assistir à aula sobre sinalização de trânsito, a menina chega em casa e conta, animadamente, para toda a família, o que aprendeu. Logo após o jantar, quando ela vai dormir, algo inesperado acontece... Editora: Lafonte Autores: Michel Gorski e Fernando Vilela Preço: R$ 36,90 Onde encontrar: www. editoralafonte.com.br
Foto: Istockphoto

Foto: Rogério Andrade
Para começar, que tal observar a forma como os alunos transitam pela escola? Muitos correm, empurram os colegas e chegam a provocar incidentes. A partir daí, exponha o caos da situação que eles mesmos criam e trace um paralelo com o trânsito, para levá-los a compreender que há uma necessidade de se locomover e também transitar com consciência e responsabilidade.
Dessa forma, eles começarão a adquirir valores e atitudes mais compatíveis no espaço escolar e, assim, também perceberão que o trânsito não necessita somente de leis e normas, mas de Educação e respeito ao próximo.
Despertada a consciência deles, fale da ética necessária ao bom convívio social, tanto no interior quanto no exterior da escola. Consequentemente, a família será envolvida a partir das reflexões infantis sobre o tema. Aos poucos, a conduta adequada, baseada em valores e princípios, passará a nortear o cotidiano de todos, principalmente se o respeito, o diálogo, a solidariedade e a justiça forem enfocados. Por conseguinte, as crianças também poderão se transformar em agentes de transmissão de informações, se orientadas sobre certos procedimentos que são frequentes na porta e no entorno da escola.
A mudança de consciência a partir da comunidade infantil
Atualmente, parece que os condutores de veículos têm interesses diferentes dos pedestres. Eles esquecem que, por vezes, também assumem essa condição, momento em que reclamam dos demais motoristas quando são desrespeitados. No entanto, basta estarem na frente do volante que, por mais uma vez, assumem comportamentos desastrosos, que derivam da falta de maturidade, da distração e até da desobediência às normas de trânsito. Nesse contexto, embora a criança tenha suas limitações em relação à condução feita pelos adultos, quando orientada, ela pode influir no comportamento daqueles que a transportam. Para começar, repasse as seguintes dicas a elas:
1. A importância do semáforo: antes de iniciar qualquer trabalho de Educação para o trânsito, certifique-se se as crianças conhecem o significado das luzes do semáforo, tanto na condição de pedestre quanto na de passageiro ou condutor. Feito isso, introduza os primeiros conceitos para que elas se posicionem diante das situações que lhes são apresentadas no dia a dia.
2.Parar em fila dupla em frente à escola: a atitude é comum, mas emperra o trânsito que, por sua vez, torna-se barulhento, devido ao acionamento de buzina ou brigas que podem ter consequências graves. Em casos como esse, a criança deve ser orientada a conversar com os pais e, junto a eles, encontrar uma alternativa para evitar a infração em qualquer lugar.
3. Parar em lugar proibido: muitos motoristas fazem isso e, ao serem questionados, dizem que é só por alguns segundos, para que alguém entre ou saia do carro ou para que alguma coisa seja carregada ou descarregada. Alunos que vivem essa situação devem ser alertados para, depois, comunicar aos pais quais os perigos a que estão se expondo. Para tanto, é preciso que eles conheçam as sinalizações básicas das placas de trânsito.
4. Excesso de velocidade: o problema é recorrente no entorno da escola, em passeios e viagens familiares. Mas se as crianças já compreendem o significado das placas de trânsito, elas podem dialogar com os pais e explicar que a atitude coloca em risco da vida de todos eles.
5. Para atravessar uma rua: se no local tiver sinalização, ela deve ser obedecida tanto pelo pedestre quanto pelo motorista. Caso não tenha, ambos terão que ter consciência redobrada para evitar acidentes. Em algumas cidades brasileiras, os pedestres já podem sinalizar (levantado a mão) para fazer a travessia. Porém, como ainda são poucos os motoristas que prestam atenção nas calçadas e na circulação das pessoas, a criança que anda a pé deve ter muito cuidado. Já as que andam de carro, devem evidenciar a importância do sinal para o condutor do veículo que, ao assimilá-lo, também estará promovendo a segurança do pedestre.
6. Para andar de bicicleta: o ciclista, independente da idade, tem que estar equipado com capacete e demais apetrechos de segurança (pois ninguém está isento de levar um tombo). Já a sua bicicleta deve ter luzes reflexivas para torná-lo mais visível, porque é seu corpo que indica a maioria de suas intenções. No entanto, ele ainda pode sinalizar com as mãos e os braços para mostrar para o motorista o que pretende fazer. Como, por lei, os carros devem manter a distância de 1,5 metros das bicicletas, nenhum ciclista deve se encostar aos veículos nem forçar uma situação contra um carro ou ônibus. Ao trafegar, além de procurar por caminhos alternativos, ele ainda tem que ficar encostado na guia das calçadas.

http://revistaguiafundamental.uol.com.br/professores-atividades/109/artigo292452-1.asp